domingo, 1 de janeiro de 2017

O Outro Extremo

Recordo-me de que, quando éramos crianças, eu e meu irmão tínhamos nossas cores favoritas, a minha era o verde e a dele o vermelho. Naquela época, eu acreditava que o contrário do verde era o vermelho. Essa foi uma das primeiras situações em que alguém me explicou que nem todas as coisas precisam ter seu contrário. Embora essa seja uma ideia simples, muitas pessoas, em um mundo que carece de tolerância, parecem ainda não ter compreendido essa noção. Essa foi a inspiração para este poema.

O Outro Extremo


Para o preto existe o branco.
Para o dia, a noite.
Para o forte, o fraco.
Para o certo, o errado.
Para o sim, o não.
Para a luz, a escuridão.
Para o começo, o fim.
Para o tudo, o nada.
Para a esquerda, a direita.
Para o bonito, o feio.
Para a vida, a morte.
Para o bem, o mal.
Para o inferno, o céu.

Mas então...
Se tudo é preto ou branco, do que é feito o arco-íris?
O que seria do mundo sem as tardes?
E do verde, se pintado ao contrário?

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