segunda-feira, 23 de abril de 2012

Angústia


Angústia


Não sou bom,
nem por isso mato,
nem por isso roubo,
nem por isso minto.

Não sei se sou mau,
mas bom,
não, eu não sou.

Sou um daqueles homens
a quem a esmola envergonha,
quando peço,
quando nego,
quando dou.

Sou um daqueles homens
a quem a miséria do mundo incomoda,
e incomoda tanto mais,
quanto mais a vejo.
Enfim, sou um homem,
como todo homem,
angustiado,
por ver a pobreza ao lado,
e por ficar calado.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Coisificação


Coisificação


A coisa que o coisinha me disse
coisou com alguma coisa em mim.
Uma coisa que ninguém resiste
é coisar com as coisas assim.

sábado, 14 de abril de 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Olhando as estrelas


Olhando as estrelas


Sinto que o Universo é infinito,
embora não possa prová-lo.
E que o limite dos limites
é o ilimitado.
Crendo:
tudo saberemos,
sem nunca sabermos tudo.

Hoje não sabemos
sequer onde estamos.
Ainda assim queremos saber:
de onde viemos
e para onde vamos?

sábado, 7 de abril de 2012

Paixão desconhecida


Paixão desconhecida


Não sei,
definitivamente não sei.
Não sei se és bela ou feia,
se tua pele é macia como a juventude
ou se traz as rugas de uma vida rude.

Também não sei
se a tua vida é desregrada
ou exemplo de beatitude.

Não sei se és pobre ou rica,
séria ou extrovertida,
prestativa ou exigente,
de simples fala ou erudita.
Nada disso me interessa,
mas não vou mentir,
eu tenho pressa.

Quero fazer amor contigo,
mesmo sem saber,
se compartilhas de tal desejo comigo.
Se não, tudo bem,
basta-me adormecer e amanhecer contigo.
Do contrário,
fico feliz em ouvir tuas palavras,
seja tua voz rouca ou delicada.
Mas se preferes ficar calada,
resta-me ainda o teu sorriso,
e se dele me privas,
eu com pouco me contento,
quero apenas ler teus pensamentos,
adentrar em teus sonhos,
e me encontrar ao teu lado
nos teus mais caros momentos.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Mulher


Mulher


Mulher,
para ti um dia só não bastaria,
mereces mais do que um dia,
todas as noites,
todos os dias,
todos os sonhos
e alegrias.

domingo, 1 de abril de 2012

Verde, amarelo, azul e branco


Verde, amarelo, azul e branco


Homens desta terra chamada Brasil,
de povo sofrido, de governo vil,
de que vale tão bela bandeira
se por trás dela se esconde tamanha sujeira.

Vejo o teu verde recoberto
pelo losango amarelo,
não mais da cor do ouro
e sim de um quente deserto,
fruto de um desmatamento,
que é fruto da ambição por certo.

O branco de tua paz
infelizmente me traz
a mente muita revolta,
pelo sangue que corre,
vindo das favelas em volta.

E o céu azul,
que em ti vejo estrelado,
assistiu teu triste passado,
entre prantos vê teu presente,
e não quer ver teu futuro
arruinado.