segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fôrma


Fôrma


Quero um poema de formas,
num mundo onde as formas importam.
Quero um poema com as formas do mundo,
com as formas que incomodam
aqueles que as formas formam.

Quero mostrar estas formas amorfas
dos nenéns abortados
por nossa sociedade hipócrita.
Tanto os nenéns que nasceram,
quanto os que antes de nascer morreram.

Uma massa gigantesca, chamada humanidade,
jogada na fôrma de um mundo
cheio de perversidade.
A fôrma redonda da história
do escravo, do servo, do assalariado,
do seu dono, do seu senhor, do seu patrão.
Explorando ou sendo explorado,
manter uma forma, um só padrão.

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