Volta sem retorno
Retorno agora,
estou não
morto.
Retorno da decisão
de uns porcos tolos.
Decidiram
que mais vale o dinheiro.
Decidiram
que um bom cigarro
vale mais.
Decidiram
ser poderosos,
e nada mais.
Nada mais triste
do que aquilo
que tu não viste,
porque estavas
a meditar:
“Poder nas mãos
poder matar.”
Matei um homem,
não foi só um,
mas não sei quantos,
não sei contar.
Hoje retorno
condecorado
por ter matado.
Já o coitado
nada recebe,
só o consolo
de ter morrido
sem ter sabido
qual o motivo.
Não tenho raiva
do ganhador,
se a razão não tinha
a razão tornou-se,
e se razão não há,
então a trouxe.
Olho tua dor,
já não a sinto,
sabe, eu não minto:
se te dói arar a terra,
pior lutar na guerra.
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